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A redescoberta da cidade e a sua investigação

O sítio arqueológico de Chãos Salgados, ou Mirobriga, localiza-se a pouco mais de 1 km a Este da localidade de Santiago do Cacém e a uma distância de, aproximadamente, 15 km da linha de costa actual. 

A primeira referência ao sítio foi feita por André de Resende, no século XVI. Já no século XVIII, Frei Manuel do Cenáculo, Bispo de Beja entre 1770 e 1802, incentiva a realização de escavações no local, as primeiras de que existe notícia, embora não se conheça a sua localização ou extensão.

A dimensão do sítio identificado e a sua localização geográfica levaram a que este fosse associado ao povoado de Mirobriga, referido por Plinius, o Velho, na Naturalis Historia, aquando da sua descrição da divisão administrativa da Província da Lusitânia e das 45 principais povoações que nela existiriam.

Nos anos trinta e quarenta do século XX, diversas áreas do sítio arqueológico foram escavadas por João Gualberto Cruz e Silva, fundador do Museu Municipal de Santiago do Cacém, levando à descoberta de uma "acrópole", de diversos arruamentos, de uma sala com tanques,  e de um hipódromo, localizado a Sul do núcleo habitacional.

Nas décadas seguintes,  a escavação estender-se-ia pelo vale e para parte das colinas em redor do fórum, revelando a maioria dos edifícios conhecidos actualmente. Para além das acções mais pontuais de Afonso do Paço e de Maria de Lurdes Costa Arthur, foi Fernando de Almeida, professor da Universidade de Lisboa e director do Museu Nacional de Arqueologia, quem desenvolveu uma extensa investigação do sítio, nas décadas de 1960 e 1970, com acções intensas de restauro, dando-lhe em boa parte a forma que é hoje visível a quem o visita.

O sítio foi classificado em 1940, como Imóvel de Interesse Público, e em 1981 foi iniciado um projecto de parceria entre instituições Portuguesas e Norte-americanas, The Mirobriga Project (1981-1986).

Ao longo dos anos 1990 e 2000 diversas intervenções, quer coordenadas então IPAAR, quer em parceria com a Universidade Johann Wolfgang Goethe de Frankfurt (2005-2010), revelaram a existência de uma série de novas estruturas e vias.

Em 1991 foi criada a «Zona Especial de Protecção» (ZEP), instituída pela Portaria 1135/91 de 5 de Novembro, que compreende toda a área desde o núcleo urbano já identificado até ao circo.  

O Centro Interpretativo foi inaugurado em 2001. As Ruínas Romanas de Mirobriga são actualmente tuteladas pela  Direcção Regional de Cultuta do Alentejo (Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto), sendo igualmente o actual depositário do espólio.

A imagens aqui presentes foram retiradas da base de dados do Sistema de Informação para o Património Arquitectónico 

http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/Default.aspx

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